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O QUE LEVAR NA MALA? Impressões do "antes"

O início de uma viagem para mim é marcado pelo momento exato em que eu começo a arrumar minha mala. E apesar de parecer estranho, é um momento que eu simplesmente adoro. Faço listas sem fim, vou adicionando coisas à medida que o tempo vai passando, tudo para evitar esquecer algo super importante, mas que sempre fica no fundo da mente. Mas pra essa viagem, tudo teve que seguir um caminho um pouco diferente!


Essa é a primeira vez que eu viajo como "Mochileiro" no sentido óbvio da palavra. Normalmente, ficava bastante feliz em poder levar duas malas despachadas, cada uma com meros 32kgs. Mas agora tudo teve que ser diferente, pensado minunciosamente para otimizar espaço e minimizar peso. E preciso confessar que esse processo não foi especialmente fácil para mim.


Tenho tendência a ser meio exagerado. Não que leve mais roupas do que o necessário, um crime que a maioria dos mochileiros precisa evitar. Mas de maneira geral, penso em coisas "supérfulas" que eu acredito serem de primeira necessidade. E o contrário é verdade também! Coisas extremamente necessárias podem me parecer inúteis. Por isso tive que pesquisar muito antes de fazer qualquer coisa!


E depois de pesquisar muito e pensar na minha própria mala, escrevendo esse post, quero duas coisas.


Primeiro, o que considero como mais importante para impressões pessoais do meu primeiro mochilão, ver o "antes e depois". O que eu levei que foi extremamente útil, o que eu levei que acabou sendo desnecessário e o que eu deixei para trás e me fez falta. E depois, me considerando uma pessoa organizada, dar dicas de como estabelecer seu raciocínio para viajar e otimizar o processo de "arrumar as malas".


Mochilão x Mala


O primeiro passo é decidir o tipo de mala que mais se adapta à sua viagem. Muitos acham que para fazer um mochilão uma mala de rodinhas é o primeiro item a ser desconsiderado. Mas não é bem assim que as coisas funcionam não, einh?! Já fiz um mochilão com mala e agora estou indo para um outro com a mochila nas costas.


Quando escolher uma mala e quando escolher uma mochila?


Mala ou mochila, cada uma tem seus aspectos positivos e negativos. Qualquer coisa que você precisa carregar, para mim, é peso morto e um incômodo. Se pudesse, viajaria com a roupa do corpo, documentos e dinheiro em um bolso e a câmera no outro. Mas infelzmente as coisas não funcionam assim, não é mesmo..?


Se você for fazer um mochilão com poucas cidades no itinerário, se você não for se movimentar muito, uma mala pode ser a melhor opção. Fora isso tem o grande benefício de não ter um peso enorme nas costas, o que precisamos estabelecer que é um problema.


Existem diversas opções de malas compactas para viagem quando temos que lidar com limitações bem específicas das cias aéreas low cost. Na Europa comprei na Decatlhon uma de 50L para meu mochilão que me foi e continua sendo extremamente útil para viagens de curta duração. Com exceção de algumas ocasiões, não posso reclamar da minha escolha, apesar de considerar que puxar uma mala por ruas de paralelepípedo no centro de Amsterdam não tenha sido a coisa mais legal do mundo. De qualquer forma, como não fui a muitas cidades, posso dizer que uma mala serviu muitíssimo bem meus propósitos.


Agora, dessa vez eu simplesmente soube que precisava comprar um mochilão.


Vamos combinar que existe todo um "charme" de se viajar de mochila nas costas. Me senti mais mochileiro vindo de ônibus até São Paulo antes do meu voo logo mais do que todos os dias que passei na Europa arrastando uma mala atrás de mim.


Mas não fiz essa escolha de forma aleatória. Como vamos circular muito, percursos longos de ônibus, dias sem albergue, etc, etc, etc, uma mochila foi a melhor opção. Comprei uma Quechua na Decatlhon de 60L por R$200, o que considerei bastante vantajoso. A atendente quis me convencer que uma de R$700 era a melhor opção para o que faria, mas honestamente não tinha disponibilidade financeira para tanto assim. Mas a de R$200, além de ser mais barata, me surpreendou muito positivamente!


Além de ela ser muito reforçada, cheia de bolsos secretos, tem um espaço enorme e uma boa estrutura para não forçar muito a coluna. Fiquei bastante satisfeito quando tudo que eu precisava levar coube perfeitamente na mochila sem parecer que poderia explodir a qualquer momento.


O que levar?


Para arrumar a mala evitando excessos e sem esquecer de nada li muita coisa. Vi várias teorias para conseguirmos focar no importante. As duas que mais gostei foram:


  1. Pense em tudo que você quer levar. Aí, quando tiver pronto, corte tudo pela metade.

  2. Leve o necessário para uma semana


Eu não tive dificuldade em relação à quantidade, porque acho que já mantive essas dicas na cabeça quando organizei o que queria levar. Mas precisei pensar muito bem nas coisas "fora do comum" que precisávamos levar.


Viajar em Setembro pelo hemisfério Sul provou ser uma via de duas mãos. Como é fora da alta temporada, provavelmente vamos gastar menos, pegar menos fila para as coisas e nossa viagem vai ficar bem mais previsível, na medida do possível. Porém, como é fim de inverno, ainda não sei se o clima vai trabalhar a nosso favor ou não. A média climática da Wikipedia nos prometeu dias de céu claro e sem chuva com temperaturas amenas, mas o Clima Tempo parece contrariar isso e chuva, vento e frio podem ser companheiros de viagem. Mas sem desespero! Para tudo se dá um jeito!


Roupas


Além de shorts, camisetas, jeans e moleton, comprei um casaco fleece, que segundo os mochileiros experientes afirmam, é sempre um must have em qualquer viagem. Além disso, meias especiais de caminhada, um cachecol e uma capa de chuva (ainda que seja bem porcaria) também estão na mala. Fiz a opção de não levar um casaco de neve (resolvi investir em camadas e em um bom corta vento ao invés disso), luvas ou saco de dormir. Mas vamos ver se isso funcionou no post do "impressões do depois".


Escolhi também viajar com apenas um tênis de trekking que comprei ainda no começo do ano que ainda está em perfeito estado para aguentar o tranco e que meu pé também já está familiarizado. E um par de havianas (depois de ter deixado elas em casa quando fui para o Canadá, nunca saem das minhas listas de viagens!).


Higiene Pessoal & Medicamentos


Pensar no que levar para higiene em um mochilão segue a mesma regra que qualquer outra viagem. Você só precisa lembrar de fazer escolhas inteligentes para não precisar despachar a mala! Tudo que for líquido deve ser dividido em embalagens de menos de 100mls e separados em sacos transparentes.


Fora isso, comprei uma toalha de alta absroção e rápida secagem que provou funcionar muito melhor do que eu imaginava e ainda pode servir de cobertor se algum albergue não tiver.


Estou levando uma pequena fortuna em remédios e estou com medo de ter problemas na alfândega por conta disso! Mas estou indo completamente protegido contra qualquer imprevisto que possa surgir. Brincadeiras à parte, estou apenas levando o essencial. Remédio para dor de cabeça, gripe, dores musculares, band-aid e esperadrapo. O que estou levando de diferente é Imozec para segurar intestino solto (sempre é uma possibilidade, né?! HAHAHAHAHA).


Também não dá pra deixar de lado um pacote de lenços umidecidos para os dias sem banho (sim, eles acontecem), um bom protetor solar e um rolo de papel higiênico (afinal de contas nunca se sabe se eles estarão disponíveis em todos os lugares).


Aleatoriedades


O resto das coisas, o que chamei aqui de aleatoriedades, que não podemos esquecer são tão importantes quanto um bom casaco e podem decidir o futuro e o status do resto da sua viagem. Algumas das coisas ainda considero inúteis, mas como li em diversos lugares que são imprescindíveis, estou levando para previnir.


Estou levando uma lanterna auto-carregável (o que considero inútil), um travesseiro de pescoço (útil, mas um peso extra que eu não gostaria de carregar), um adaptador de tomada, fone de ouvido, óculos de sol, snacks (majoritariamente chocolates), celular (whatsapp ainda funciona com wifi e é o jeito mais fácil de manter contato com os que ficaram) e seus apetrechos, um carregador externo e um diário de viagens (presente da minha irmã) para não esquecer nenhum detalhe e depois passar tudo pro blog. Além disso, o mais importante: a câmera! Também comprei um tripé, um extensor para selfies (desde que elas viraram febre mundial, acessório de primeira necessidade!) e estou levando um pen drive de 16GB para transferir as fotos caso o cartão de memória da câmera fique cheio (o que muito possivelmente ocorra).


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Arrumar a mala parece um processo doloroso para a maioria das pessoas, mas que eu gosto muito! E fazer as malas para essa viagem foi um processo que me deixou muito feliz! Agora é só botar a mochila nas costas e partir para essa aventura!

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